Por Thomas Korontai
Em 2018, pleno ano eleitoral, a Avast – gigante mundial em segurança cibernética, fez uma robusta pesquisa no Brasil, cujo resultado o TSE jamais divulgaria: 91,84% dos brasileiros não têm confiança na urna eletrônica brasileira. (Ver aqui e aqui )Segundo a pesquisa, a principal preocupação é de que o sistema possa ser violado e as eleições fraudadas.
Entre o total de participantes da pesquisa, 94,3% acreditam que vazamentos de dados de candidatos/ou partidos políticos podem impactar a opinião pública e até o resultado eleitoral. A conta cresce para 96,15% quando se trata da preocupação com o fato de políticos serem alvos de cibercriminosos.
Outros números da pesquisa:
- 93,54% afirmaram que vão às urnas em 2018
- 79,42% têm grande interesse nas questões políticas do país
- 55,37% já sabem em quais candidatos vão votar
- 44,63% devem decidir apenas mais perto da eleição
- 10,54% não se manifestaram a respeito
- 10,03% não estão interessados no assunto
Curiosamente, uma pesquisa tão importante quanto esta, em ano eleitoral e próximo da data em que o TSE/STF derrubaram a Lei do Voto Impresso, foi ignorada pela grande imprensa. Somente alguns poucos jornais locais e veículos relacionados ao mercado tecnológico repercutiram o assunto, como foi o caso do TecMundo e Criptomoedas.
Outro dado desconcertante é o excessivo BAN ( Brancos, Abstenção, Nulos), relatados pelas urnas, quando não só esta, mas outras pesquisas, também revelaram o grande interesse dos brasileiros em votar.
O fato é que diante da desconfiança, ministros dos TSE/STF como Toffoli, Marco Aurélio Mello, Gilmar Mendes, Rosa Weber e outros, menosprezam a vontade da população, enquanto são socorridos na grande mídia com robusto espaço, para defenderem a “lisura” do processo eleitoral. Talvez porque o TSE seja um grande anunciante com os nossos impostos?
“ A vontade do povo é o fundamento da autoridade dos poderes públicos: e deve exprimir-se através de eleições honestas a realizar periodicamente por sufrágio universal e igualitário e por voto secreto, que garanta a livre expressão da vontade dos eleitores”
Art. 21 Decl. Dir. Humanos, Art. 23, 25, Pacto Internacional sobre Direitos Civis/Políticos e Pacto San José.
Outra pesquisa pouco divulgada: maioria dos eleitores não confia na honestidade das apurações.
Se a maioria não acredita que nossas eleições sejam honestas, qual a justificativa para tanta resistência do administrador eleitoral, em garantir a segurança tão desejada pela população?
Viveria numa bolha desconectada da realidade, à mercê de um pequeno grupo tecnocrata de seu depto de TI?
Ou decididamente, desprezam a livre expressão da vontade dos eleitores? Com qual objetivo ignorar a desconfiança dos brasileiros?
Por que a resistência em modernizar as eleições com novos recursos, que tornariam o sistema de votação mais seguro e transparente?
Se sentiriam “donos do país” e por isso desejam manter o controle sobre o jogo político?
É o que inúmeras pessoas questionam pelo país afora, desde cidadãos comuns, a parlamentares, especialistas em Direito Eleitoral e especialistas em votação eletrônica.
A questão é muito clara: se 92% dos brasileiros não confiam nas urnas eletrônicas, também não confiam no órgão eleitoral que arbitrariamente, os obrigam a votar nelas, tornando-os reféns da insegurança democrática.
Ver também: 2018, Hackers invadem sistema do TSE e podem ter fraudado as eleições.
A referida invasão, realizada durante meses – antes, durante e após as eleições – foi comunicada ao TecMundo anonimamente pelos próprios hackers e confirmada com provas documentais. 2020, novamente o TSE foi hackeado e o hacker veio a público informar que fez a invasão com um reles celular.