“SISTEMAS QUE DISPENSAM O VOTO IMPRESSO FORAM ADOTADOS EM DIVERSAS PARTES DO MUNDO”
Por que o Administrador Eleitoral mente tanto?
É um questionamento reiteradamente feito por especialistas e cidadãos bem informados, como se vê inclusive em audiências públicas no Congresso. O órgão que inaugurou em 2017 o combate das supostas notícias falsas, não deveria ser o primeiro a dar o exemplo?
Votação eletrônica que dispense o Voto Impresso, NÃO é realidade em mais de 30 países
BRASIL, O DINOSSAURO ELEITORAL
“Não há país no mundo que tenha migrado para a votação eletrônica que não use o registro físico do voto como mecanismo de transparência. O registro físico é inegociável. É um instrumento básico de transparência”. Prof. Diego Aranha – Fonte: Agência Senado
Sistemas que dispensam o voto impresso, não existem há muitos anos em nenhuma parte do mundo — exceto no Brasil. Mas a falsa notícia no site do TSE – de 20/03/2018, é a que encontramos desinformando a sociedade e veiculada por vários canais da imprensa, sem o compromisso investigativo com a verdade.
Como demonstraremos aqui, o Brasil é o ÚNICO país do mundo, que adota votação exclusivamente virtual e dispensa o registro físico do voto, ferramenta exclusiva para auditoria independente da máquina e do administrador eleitoral – algo inegociável em outras democracias. Por isso, é também o único país impedido à contagem eleitoral pública, à fiscalização do público, que culmina nas apurações secretas, acessíveis somente aos tecnocratas do TSE “supostamente” incorruptíveis.
Em se tratando de votação eletrônica, o modelo brasileiro é considerado um dinossauro digital, obsoleto, dos anos 90. Não tem nada de moderno, apenas troca de embalagem, enquanto internamente mantém o mesmo sistema inseguro e ultrapassado, conforme afirmam especialistas que participaram dos poucos “testes públicos” ocorridos a partir de 2009, em que as urnas reproduziam falhas de 1995 e foram invadidas até com um singelo radinho AM/FM.
Segundo eles, comparando a outros sistemas de votação tecnologicamente modernos, as urnas do TSE seriam algo como um computador antigo x a última versão de um Macbook da Apple, ou uma TV de tubo x TV de 55 polegadas.

DISSECANDO A NOTA DO ADMINISTRADOR ELEITORAL
Para justificar empecilhos ao cumprimento da transparência eleitoral que seria facilitada pela LEI do Voto Impresso, a publicação aposta na ignorância dos leitores. Mistura países que apenas testaram urnas eletrônicas e abandonaram, os que votam manualmente, outros que usam apenas tabulação informatizada (do papel), ou que fazem leitura óptica da cédula de papel. E ainda inseriu no bojo quem não usa voto eletrônico nenhum, como é o caso do Japão. Tudo detalhado na sequência.
Parece-nos que deliberadamente, os “técnicos” responsáveis por tais publicações, incluem tudo numa cesta de fake news para esconder que o Brasil vive isolado do resto do mundo e que a própria administração eleitoral, recusa-se a acompanhar os avanços tecnológicos do mundo.
IDEA – A PRÓPRIA FONTE DO TSE O DESMENTE
No site do próprio IDEA — fonte usada no site do TSE para justificar sua nota —, é possível confirmar que exceto o Brasil, todos os países que usam algum sistema eletrônico de votação, também usam o registro físico do voto, conforme o link a seguir:
IDEA: Voto Eletrônico – considerações essenciais do IDEA
O mesmo IDEA, faz fortes recomendações acerca do voto eletrônico: “é necessário conferir confiança à população e aos políticos, através de auditorias independentes, inclusive durante o processo de votação, para aferição dos resultados com transparência“. (Algo possível somente onde haja contraprova física, independente de programadores e da máquina).
Entretanto, no próprio documento, o IDEA descreve até com alguma surpresa, o fato de o Brasil utilizar urnas eletrônicas SEM VOTO IMPRESSO: “enquanto os sistemas sem trilhas de papel são frequentemente contestados, o caso brasileiro exemplifica (que o voto exclusivamente digital) pode ser alcançado com confiança bem sucedida.”
O IDEA parece não fazer a menor ideia das desconfianças da população e do sistema parlamentar, quanto a falta de transparência da votação puramente digital do Brasil, sem direito ao escrutínio público. Tão pouco que o administrador eleitoral brasileiro descumpre e contesta as leis de transparência e segurança, aprovadas pelo parlamento.
OS PAÍSES DA CESTA DE MENTIRAS
Segundo a publicação do TSE: “a lista de países com nações de sólida tradição democrática, que adotaram votação eletrônica e dispensam o voto impresso são: Suíça, Canadá, Austrália e Estados Unidos (em alguns estados). Na América Latina, México e Peru também fazem uso do sistema. Na Ásia, além de Japão e Coréia do Sul, há o exemplo da Índia. Maior democracia do mundo em número de eleitores, o país utiliza urnas eletrônicas semelhantes (?!) às brasileiras, mas adaptadas à sua realidade eleitoral”.
(Mencionar a Índia chega a ser uma agressão, já que o país adotou o registro físico desde 2011 e a Suprema Corte Indiana obrigou o Voto Impresso em todas as urnas, ao contrário do que fez o STF brasileiro. Questão: no que difere dos 200 milhões de brasileiros, a “realidade” de 1.200 bilhão de indianos?)
A VERDADE SOBRE OS PAÍSES CITADOS NA NOTA DO TSE
Confira nos links, os dados oficiais de como votam os países citados, até a data desta publicação:
O e-voting (internet) ou voto online ainda em teste, passou por uma tentativa de implementação em alguns cantões do país, mas foi interrompida quando especialistas em segurança apontaram falhas graves no sistema que estava sendo desenvolvido com tecnologia da empresa espanhola Scytl. Ver aqui.
“Governo do país quer testar o voto pela internet como uma alternativa às cédulas de papel, nas votações a partir de 2021.” Site oficial 2018 “Mais de 3000 hackers de todo o mundo, estão colocando o sistema online à prova”. Site oficial 2019.
Ao contrário das apurações secretas no Brasil, na Suíça o escrutínio é público, acompanhado por fiscais externos ao serviço eleitoral. Todo o processo pode passar por auditorias independentes.
Na Austrália, a recontagem física dos votos também é obrigatória e automática. Em decorrência disso, um senador há pouco tempo derrotado na primeira apuração, durante a recontagem foi eleito por uma diferença de apenas 53 votos. Lá cada voto importa.
Ao contrário das apurações secretas no Brasil, na Austrália o escrutínio é público, acompanhado por fiscais externos ao serviço eleitoral. Todo o processo passa por auditorias independentes e qualquer pedido de recontagem é um direito.
Ao contrário das apurações secretas no Brasil, no Japão o escrutínio é público, acompanhado por fiscais externos ao serviço eleitoral. Todo o processo passa por auditorias independentes e qualquer pedido de recontagem é um direito.
Ao contrário das apurações secretas no Brasil, no Canadá o escrutínio é público, acompanhado por fiscais externos ao serviço eleitoral. Todo o processo passa por auditorias independentes e qualquer pedido de recontagem é um direito.
Ao contrário das apurações secretas no Brasil, na Coreia do Sul o escrutínio é público, acompanhado por fiscais externos ao serviço eleitoral. Todo o processo passa por auditorias independentes e qualquer pedido de recontagem é um direito.
A India usou provisoriamente um sistema eletrônico sem impressão do voto. Mas igual no Brasil, houve abundância de denúncias de fraudes e hackers conseguiram invadir as urnas até com celular. Em 2011 já começavam a implantar o voto impresso e em 2013, diferente do STF brasileiro (que se funde no TSE), a Suprema Corte da “maior democracia” em números de eleitores, obrigou a Comissão Eleitoral a viabilizar a impressão do voto em todo país, sentenciando:
“a impressão do voto é um requisito indispensável para eleições livres, justas e transparentes, o que restabelecerá
a confiança dos eleitores e garantirá a recontagem em casos de disputas”.
Após implantar o registro físico do voto na urna eletrônica, as denúncias de fraudes diminuíram significativamente e as dúvidas que surgem, são resolvidas através da recontagem física.
No país que já foi à lua e abriga o Vale do Silício, o voto em sua maioria, é manual, em cédulas de papel. Apenas 6 dos 50 estados norte-americanos utilizam sistemas totalmente eletrônicos de votação: Arkansas, Carolina do Sul, Delaware, Geórgia, Louisiana e Nevada. Nos demais são utilizadas cédulas de papel ou sistemas mistos, que envolvem o voto em cédula escaneada, ou votação puramente manual. Após as fraudes americanas relacionadas à Diebold — fabricante tradicional das urnas brasileiras, condenada nos EUA —, o país interrompeu o avanço do voto eletrônico e preferiu continuar no sistema físico/manual, porque permite identificar fraudes, promover auditorias e recontagem. Em 2016 por exemplo, as queixas da campanha da candidata Hillary, centraram-se em locais onde ainda há urnas eletrônicas, bem como os pedidos de recontagem “impossíveis”, pela falta do voto impresso. Veja também: Bill Clinton critica insegurança de urna eletrônica e pede volta do voto manual.
Com os recentes testes de invasão bem sucedidos em vários modelos de urnas, além da polêmica eleição Biden x Trump, cresce a tendência do sistema digital ser sepultado nos EUA, incluindo as tabulações informatizadas dos resultados. A Election Systems & Software, fabricante americano de urnas similares às do Brasil – que não emitem comprovante físico da votação – anunciou oficialmente que não venderá mais o equipamento sem Voto Impresso. Assista ao vídeo abaixo, fazendo apenas correção para a reportagem: não são 12, mas somente 6 estados que usam tais urnas eletrônicas, conforme levantamento da organização tecnológica Verified Voting.
Ao contrário das apurações secretas no Brasil, nos EUA o escrutínio é público e acompanhado por fiscais externos ao serviço eleitoral, por isso, o processo pode passar por auditorias independentes e recontagens. Em razão da independência judicial, os serviços eleitorais também podem ser contestados em Cortes Estaduais e a Suprema Corte Federal.
Sólidas democracias como Israel, Reino Unido, França, Alemanha, Itália, entre outras, mantêm a tradicional cédula de papel. Veja mais em: Modelo de votação do TSE é rejeitado no mudo.

“Somos referência mundial nesse assunto”. Diz Giuseppe Janino, coautor da urna eletrônica e secretário de TI do TSE, antagônico ao Voto Impresso.
Os fatos questionam: “referência em rejeição mundial e fake news”?