Nenhum outro país utiliza urnas de 1a geração, só o Brasil.
Se os funcionários do TSE não contam mentiras inteiras no site do órgão, contam meias verdades. No mesmo artigo onde falseiam a informação de que “Mais de 30 países” usam o voto eletrônico e dispensam o voto impresso, afirmam que o órgão recebeu a visita de trocentos países, fez acordos de cooperação, emprestou as urnas brasileiras para “projetos pilotos”, etc. Pode ser que seja uma meia verdade e isso tenha ocorrido há muitos anos, quando o assunto era novidade e o sistema ainda não era obsoleto, ou desacreditado por várias nações que testaram o voto eletrônico, antes mesmo que o Brasil.
A verdade inteira que o órgão omite, é que todos os países rejeitaram seu sistema de votação, seja nos poucos “testes pilotos”, ou porque decidiram continuar no voto manual, ou porque adotaram modelos mais avançados e transparentes.
Por que a rejeição mundial? Porque o sistema de votação do TSE é considerado antidemocrático e obscurantista, impeditivo de recontagem e de auditorias independentes do serviço eleitoral. No resto do mundo o registro físico do voto é direito inegociável, mesmo nos poucos países que usam o voto eletrônico, como é o caso da Coreia do Sul, Russia, Argentina, Peru, etc.
Ninguém aceita digitar um botão e acreditar que estranhos serão honestos na promulgação do resultado. É o mesmo que jogar “palitinho” ao telefone, segundo Paulo Mora, chefe de Informática do Laboratório Leprince-Ringuet da Ecole Polytechnique, França.
Alguns países citados pelo TSE na autopropaganda:
“Nas Eleições Municipais de 2016, por exemplo, mais de 30 nações enviaram autoridades para acompanhar o pleito e conhecer o sistema brasileiro, entre os quais Angola, Bolívia, Botsuana, Costa Rica, França, Guiné, Guiné-Bissau, Jamaica, Panamá, Peru, Argentina, e Rússia”.
Aos fatos:
Recentemente o país fez recontagem dos votos para presidente, transmitida via Youtube.
Estudaram implantar o sistema com Voto Impresso, mas desistiram.
O Paraguai foi o único país (até onde sabemos), que emprestou provisoriamente as urnas do TSE para um “projeto piloto” e usou parcialmente em algumas eleições, mas as devolveu em 2007.
Devido às inúmeras denúncias de fraudes e falta de transparência, o Congresso e Suprema Corte paraguaios optaram pelo seguro voto manual. Nas eleições presidenciais de 2018, o candidato derrotado pediu a recontagem dos votos, algo impensável no modelo eletrônico do TSE, uma vez que não tem a impressão do voto, única ferramenta possível para auditorias independentes e recontagem.
Problemas Equador x TSE que jamais veríamos no site do órgão: em 2006, o Equador “alugou” as urnas do TSE que não chegou a usar, num negócio que resultou em fraudes, escândalos, prisões, passaportes apreendidos e incidentes diplomáticos. A negociação polêmica envolveu o então secretário de tecnologia do órgão, Paulo Camarão, conhecido como o “inventor da urna brasileira”.
O caso foi relatado na CPI dos Crimes Cibernéticos, pela Dra. Maria Cortiz, especialista em Direito Eleitoral.
Confira vídeos: Relato Dra Cortiz. | Denúncia de deputado em plenário.
A votação eletrônica argentina é dotada de sofisticada tecnologia, inserida no que especialistas chamam de urnas de 3a geração. Mas apesar do modelo de informatização ser elogiado como um dos mais avançados do mundo, há pressões políticas e populares, para que a Argentina abandone o voto eletrônico.
Em 2019 iniciarão gradativamente o voto eletrônico impresso. No Panamá – igual ao Peru – o eleitor tem contato físico com o voto, que ele próprio dobra e deposita em urna lacrada, como mostra esse vídeo. Diferente do que propôs a Lei brasileira derrubada pelo STE/STF, onde o eleitor sequer encostava no papel, fazendo apenas a conferência visual.
Curioso o TSE citar a França como “interessado” em conhecer as urnas brasileiras em 2016, uma vez que mais de 10 anos antes, a França testou brevemente o voto eletrônico sem voto impresso (desenvolvido por europeus) e o enterrou, por falta de confiabilidade conforme essa reportagem do NYTimes de 2007. Veja a votação para presidente em 2017.
Quanto a Bolívia, não duvidamos de que Evo Morales realmente tenha se interessado pelo sistema brasileiro. Caso nossas urnas eletrônicas fossem utilizadas na eleição boliviana de 2019, a fraude eleitoral não teria sido descoberta, a OEA não poderia pedir recontagem (como fez) e tão pouco enviar seus especialistas para uma auditoria independente. Lembrando que o país tem duas apurações: uma eletrônica e outra manual, tendo sido na contagem eletrônica que se deu a “anomalia“.
Veja também: Fake News dos 30 países com voto eletrônico que “dispensam” o voto impresso.









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